domingo, 11 de setembro de 2011

A Síndrome de Poliana

Acho que todo mundo conhece um pouco, ou ao menos já ouviu falar das estórias de Poliana. Poliana é uma menina que enxerga tudo "cor de rosa", sem maldades, sempre acreditando no melhor das pessoas e da vida, sendo incapaz de fazer algum mal a alguém. É uma obra universal, escrita por Eleanor H. Porter, e muitas gerações a têm lido com emoção. A figura humana da menina Poliana sensibiliza pelo otimismo, amor, bondade e pureza de sentimentos.

A sua forma de ver a vida levou os especialistas a identificarem a “Síndrome de Poliana”, que nada mais é do que uma fuga da realidade, na medida em que o mundo não é tão "cor-de-rosa" assim, como Poliana vê, em suas façanhas. Algumas pessoas assim enxergam o mundo, e no seu emaranhado de situações e de emoções, agem, ingenuamente e inconseqüentemente. Criam uma realidade distorcida e vivem a sua brincadeira, arrastando consigo um batalhão de admiradores, também ingênuos, ou interesseiros aproveitadores.

Não temos que ser pessimistas, ou impuros, mas caminhar com os pés no chão, de forma a construirmos uma vida feliz, uma sociedade mais justa e um mundo melhor. Não significa que não possamos nos divertir, rir dos fatos presentes ou passados, e vislumbrar um futuro de louros. Mas, nos deslumbrarmos ou nos embriagarmos com pequenos fatos inexpressivos e acharmos que isso é a essência da vida...

A vida de Poliana, quando excede a estória e é transportada para a nossa realidade, nos estimula a colocarmos máscaras e a assumirmos falsos papéis. A enganarmos a nós mesmos e a iludirmos os outros. A não mostrarmos o quão belos somos e a perdermos oportunidades únicas. A trocarmos a vida pelo conto. A deixarmos as pessoas e buscarmos personagens..., sempre felizes..., vítimas felizes da ilusão.Uma fantasia que certamente despenhar-se-á, e o ruir será dolorido, ou pode-se viver na fantasia, na alienação. Pelo acúmulo de frustrações e pelo distanciamento da realidade, será um melindre. Pelo tempo perdido, pela ausência de relações verdadeiras, e pelo inconveniente de não amadurecer, será ressentido. Pela necessidade de se reinventar, reconstruir e renascer, será um desafio, um grande e resiliente desafio.

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